Existem coisas na vida que eu realmente não vi ainda, como a cabeça de um bacalhau, um chester vivo e, principalmente, alguém que não goste de M&Ms.
A verdade é que eu sempre olhei com muito carinho para esses chocolatinhos. Quando criança reparava em meu pai no sofá assistindo televisão – uma perna dobrada e outra esparramada ao longo do móvel – aparentando enorme felicidade quando munido de uma garrafa de água gelada e saquinhos de M&Ms sabor chocolate (ou Confeti). Em meus tempos de colégio – talvez 1998 – o M&Ms em sua versão “mini” acabara de ser lançado e eu secretamente admirava o grupinho dos “CDF”s da sala que, mais viajados e cultos, já apreciavam esta guloseima. Virei publicitário e achei um barato descobrir que o produto surgiu durante a guerra, quando os soldados tinham que cobrir seus chocolates com açúcar para não derreterem. Agora, em meu primeiro dia em Londres, desço na estação de metrô em Leicester Square, olho atentamente ao redor e vejo o M&Ms World. Uau!
Definitivamente, os caras vendem muito mais do que chocolate. A experiência já começa antes de entrar na loja. Na vitrine, os tradicionais personagens da marca – o chocolate vermelho e o amarelo -aparecem em forma de bonecos gigantes segurando respectivamente as bandeiras dos Estados Unidos e do Reino Unido (lógico que o bobão amarelo seguraria a bandeira britânica). Na calçada, o cheirinho do chocolate já instiga nosso olfato.
Pelos quatro andares do M&Ms World é possível perceber um show de referências da terra da rainha. Tem ônibus vermelho de dois andares com um bonecão do M&Ms pendurado, painéis digitais com M&Ms vestidos de soldados da guarda real, quadros parodiando pinturas renascentistas e até mesmo quatro bonecões de M&Ms atravessando uma faixa de pedestres em alusão a famosa capa do disco dos Beatles.
Produtos com a marca não faltam. São roupas (até cueca), baleiros, brinquedos, bolas de golfe, chaveiros e é claro, muito chocolate! Isso definitivamente não falta. O que faltou foi um saquinho de M&Ms para agora, pois escrever uma matéria dessas sem um chocolatinho foi um tremendo vacilo…
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Adolfo Caboclo | Não Só o Gato 
Adolfo Caboclo | Não Só o Gato 
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