Universo Paralello Style
O ato de se vestir é político, comunicação pura, transborda a personalidade alheia. Mesmo quem não gosta de moda faz questão (às vezes exagerada) de mostrar que não liga pra isso, por meio das roupas que escolhe. Só que, né, acaba levantando uma bandeira contra a moda usando o quê, gente? A moda!!! Podemos dizer pelo menos um pouquinho de cada pessoa que conhecemos ao observar aquilo que ela veste.
Se a internet democratizou deveras o mundo fashion, devemos agradecer especialmente ao streetstyle, que nada mais é do que moda de rua e que se popularizou com os fotógrafos, os sites e blogs espalhando as tendências das metrópoles. Mas aí que tá, que tal nos atermos menos às grandes tendências dos últimos tempos da última semana e mais às pessoas, ao que elas usam de inusitado, ousado, completamente brega ou muito careta? Afinal, a estética está presente aí também, e informação de moda a gente lê (vê) com vontade e sensibilidade.
Nos cinco dias em que estive no Universo Paralello Festival, me senti particularmente desperta para o jeito de se vestir e de se enfeitar das pessoas. Havia um estilo próprio – e ao mesmo tempo muito, muito pessoal – naquele lugar. E afinal, a criatividade era palavra de ordem, já que no calor senegalês do litoral baiano era impossível usar muita roupa, ou se arrumar demais. Maquiagem estava fora de cogitação, mas pinturas faciais davam as caras, misturadas às vezes ao zim (aquele pó colorido) espalhado pelo mainfloor.
Havia um desapego, claro que sim, mas ao mesmo tempo a criação incessante de alternativas de estilo e atitude, se opondo à falta de recursos de um acampamento na praia (com direito a suor, areia, sujeira, lama e água constantes). A feminilidade não foi embora com o salto e o batom, pelo contrário, hein! As mulheres pareciam muito mais bonitas naturais e descabeladas! Cangas viravam saias, laços do biquíni davam voltas e voltas no corpo, coques ou cabelão solto de praia eram o acessório obrigatório, e todo pé limpo seria castigado.
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