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Apresentando a arte de Gusta Vicentini

O cara que depois de anos trabalhando como designer de embalagens resolveu virar artista

por Adolfo Caboclo, 3 de dezembro de 2014

No último domingo, entre uma maratona de museus, cafés e o filme da noite (já assistiram Boyhood e Interestelar? Assistam!), dei uma passada no All Toghter Now — que foi realizado pelas meninas do All Legg.  O evento reuniu moda, arte, cupcakes e hamburgueres veganos de primeira nos arredores da Vilaboim — e por lá achei muito legal alguns quadros multi-coloridos que estavam expostos bem na entrada.

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Tratava-se da arte do Gusta Vicentini, rapaz sorridente dessa nova leva de artistas oriunda da vida de designer e que foi parar nas artes plásticas com uma grande influência da arte urbana.

Pois bem: como prometi no texto da Olívia Niculitcheff, nós do NSG estamos muito afim de divulgar pessoas com propostas bacanas e por isso fiz uma pequena entrevista com o Gusta, abaixo. Também separei algumas obras dele que eu achei beeeem legais. Espero que gostem!

Não Só o Gato – Quem nasceu primeiro, o Gusta designer de produtos ou o Gusta artista? Em algum momento existiu um grande conflito entre esses seus dois lados?

Gusta Vicentini – Nasceu primeiro o Gusta designer, comecei a estudar design em 2004 e fiquei focado totalmente nesta atividade até 2010. A partir disso, senti a necessidade de expressar algo mais pessoal, foi aí que nasceu o Gusta artista. Apesar destas duas profissões serem bem distintas, existem seus pontos em comum. A minha experiência como designer me ajuda muito com as artes, seja na parte gráfica (com harmonia das cores, finalização das artes), como na parte da interação e relacionamento com clientes e o público.

NSG – Referências não faltam na sua obra. Assumo ter visto desde Minhau até Hayao Miyazaki na sua arte. É isso mesmo? Que fonte é essa que você bebe?

Gusta – Você pegou bem as minhas influências! A minha principal inspiração visual e técnica é o graffiti e street art, a cidade de São Paulo contribuiu muito para despertar esse interesse pela arte. Acrescentando disso, eu também recebi a influência das histórias de HQs e animações em geral.

NSG – Depois eu me toquei que domingo não foi a primeira vez que eu vi a sua obra, já a conhecia do 4km. Como você vê essa nova geração de artistas? Cada vez mais completos — que vão do digital ao muro. Com uma base acadêmica mais forte…

Gusta – Realmente esta ficando cada vez mais forte esta junção de diversas técnicas “online e offline“, com conhecimentos acadêmicos. Eu acredito q todos ganham com isso! Artistas que acabam influenciando e aprimorando uns aos outros e despertam sempre novas possibilidades de aplicar suas artes em outros suportes, mídias e parcerias.

E o público com o contato da arte, sem precisar ir em museus e exposições, em qualquer momento você pode ver e sentir a arte.

NSG – Me conta como que foi a descoberta do seu estilo, quando que você criou seus personagens?

Gusta – Eu me dei um tempo, sem prazo final para descobrir um estilo. Então, desde 2010, eu foquei, estudei, pratiquei, experimentei e acreditei até chegar em algo. Mas eu sinto que estou ainda em constate desenvolvimento, não vejo que meu prazo acabou. Na verdade, nem quero que ele acabe, isso é o que me motiva de sempre estar criando mais!

NSG – Aonde a arte do Gusta vai chegar? A cinco anos atrás você já imaginou que ela chegaria aonde chegou?

Gusta – Não tenho previsões tão longas, tento aproveitar cada oportunidade de hoje! Há 5 anos eu ainda trabalhava como designer de embalagem, já sabia que não queria mais trabalhar com aquilo e precisava de algo melhor. Nem sabia que a arte seria a resposta. Fico muito feliz de ver que consegui reverter aquele “eu de 5 anos atrás”, então espero que minha arte sempre traga algo positivo pra mim!

Adolfo Caboclo

Artista e pugilista. @adolfinhocaboclo

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