Viajar é acordar para a vida. Na maioria dos casos, implica abandonar certa rotina cansativa do tipo que adormece os sentidos e as emoções. De repente, muda o fuso horário e a hora de acordar, as paisagens e a temperatura, os aromas e gostos, até a cor do céu é diferente. Abre-se espaço para o ócio criativo, para o flanar pelas cidades e para o se deixar apreender por um detalhe — qualquer detalhe — do trajeto.

 “Me sinto viva”, falei baixinho para mim mesma várias vezes durante minha mais recente rota, pelas veias abertas da América Latina. Peru e Bolívia, para ser mais específica, com uma pontinha de Chile no final (daquele tipo que serve especialmente para te fazer acreditar que precisa voltar). Arrebatada pela engenhosidade de Machu Picchu ou pela pobreza a se perder de vista de La Paz, me hipnotizava também pelas miudezas ao redor.

Somos um continente colorido. A natureza é abundante. Os animais estão em toda parte, inclusive no que vestimos — e, no caso desses lugares, ainda são explorados de maneira muito familiar e artesanal. Os alimentos são suculentos, temos frutas exóticas. Fui concluindo tudo isso a cada nova esquina dos mercadinhos das cidades, das feiras de rua, das paisagens desérticas que se revelavam depois das montanhas.

Divido aqui alguns dos pedaços mais íntimos da minha viagem. Texturas nas quais eu vi beleza ou estranheza, imagens nas quais me reconheci  — ou não. Tirados de contexto, esses bichos, tecidos, plantas e alimentos não encerram uma história. Segue uma coleção de fotos tiradas em alguns lugares entre o Peru e a Bolívia, para se apreciar e se inventar novos significados. Sintam-se livres!

Marina Ribeiro

Marina Ribeiro é jornalista e atriz em formação. Ama o teatro e acredita na comunicação em suas mais diversas manifestações – a moda é uma das favoritas. Soteropolitana, morou em São Paulo durante 4 anos e agora respira ares cariocas. No Instagram, ela é @marinaribei.

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