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The Photographer’s Gallery

por Fernanda Miranda, 24 de outubro de 2012
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Se eu pudesse dar um conselho aos viajantes de plantão, seria este: ande. Esqueça metrôs, ônibus e trens. Mais do que diminuir as calorias que você certamente consumirá com as comidas tradicionais do local, andar pela cidade o ajudará a conhecer lugares fora da “rota” pré-estabelecida.

Adolfo Martins
Foi assim, graças a minha caminhada pela Oxfort Street, rumo ao famoso Hyde Park, que avistei numa ruela de Londres a incrível The Photographers’ Gallery. Pra quem me conhece, sabe que uma das minhas grandes paixões é a fotografia. Na infância eu adorava roubar a analógica da minha mãe e sair tirando foto por aí (e adorava a minha câmera do Mickey Mouse). O mesmo com a filmadora do meu pai. Tudo que tinha a ver com imagem me encantava. Hoje em dia não é diferente. Além de gostar de clicar por aí para encontrar o meu olhar, também gosto muito de ver o olhar do outro. Caçar fotógrafos é um grande hobby, e é ótimo (tentar) descobrir a peculiaridade de cada um e a intenção através de cada imagem. Por isso, quando vi a galeria eu simplesmente delirei!

A The Photographer’s Gallery fica na Ramillies Street, numa linda casa de tijolinhos datada de 1910, contrastando com a moderna reforma feita ainda este ano.

Inaugurada em 1971, a galeria tem o mérito de ser a primeira independente do país voltada exclusivamente para a fotografia. Nomes como Robert Capa e o nosso Sebastião Salgado já passaram por lá. Andreas Gursky, autor da foto mais cara do mundo, foi um dos vencedores do Prêmio de Fotografia, prêmio anual da galeria que consagra os grandes nomes da fotografia. Já deu pra perceber o “nível” dos artistas que te espera lá, né?

Adolfo Martins
Mas o que me mais me chamou atenção nesta minha primeira visita ao lugar foi uma exposição incrível chamada “Contemporary Japanese Photobooks”. Eu nunca tinha visto algo assim. Ao chegar na exposição parecia que eu estava entrando dentro de um sonho. Livros e mais livros por toda a parte, diferente dos convencionais quadros na parede que estamos costumados a ver. “DO TOUCH”, como gentilmente se lia na parede. Era só vestir uma luvinha e voilà! Estava preparada para deliciar mais de 200 livros japoneses, todos fotografados nos últimos dez anos.
Adolfo Martins

Descobri artistas incríveis de lá do outro lado do mundo. Um novo frescor, novas referências e novos olhares.

Além das exposições, vale uma paradinha no charmoso café e na loja da galeria (dá vontade de comprar tudo). Como não poderia ser diferente, tudo é de muito bom gosto. Fica aqui a minha dica pra quem gosta de fotografia.

Fernanda Miranda

Recém-formada em jornalismo e editora do Não Só o Gato. Ama história em quadrinhos, os textos da jornalista Eliane Brum, as trilhas sonoras dos filmes do Woody Allen e azeitonas.

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