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Bar Riviera: o coqueiro voltou!

por Fernanda Miranda, 11 de outubro de 2013
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O que fazer com a história de uma cidade? Preservá-la? Jogá-la fora? A resposta parece óbvia, mas é só olhar um pouco mais atentamente para São Paulo (talvez nem precise disso…) para percebermos que vivemos em uma cidade sem memória. Prova disso é o Bar Riviera, criado em 1949, que estava prestes a se tornar uma farmácia. Sim, o mesmo lugar em que Angeli criou a personagem Rê Barbosa e Chico Buarque celebrou a vitória de “A Banda”, no Festival da Record, ia virar uma farmácia.

Mas graças à iniciativa do empresário Facundo Guerra e do chef Alex Atala o rumo dessa história mudou. No dia 17 de setembro, depois de sete anos fechado, as portas do antigo bar Riviera foram reabertas da maneira que deveria: como bar!

Devo confessar que eu fiquei de queixo caído quando entrei lá pela primeira vez. No balcão do térreo pessoas estilosas, rindo alto e segurando belos drinks dominavam o ambiente. Enquanto um lia o jornal, outro no canto desenhava freneticamente ao som do jazz que tocava ao fundo. O rapaz de olhos azuis ao meu lado observava o movimento de cada um naquele grande balcão quadrado, e de canto de olho lia minhas anotações. Pedi ao garçom o “Ed. Anchieta”, e não estava me referindo ao prédio na esquina da Consolação com a Av. Paulista onde o bar está instalado, mas sim ao drink de frutas amarelas com manjericão do cardápio. Fiquei um bom tempo olhando a estante na parede que continha alguns livros, objetos de decoração e dois aquários, e só agora lendo outras matérias fui descobrir que os peixinhos dourados do Riviera foram batizados de Zé e Juvenal, nome dos lendários garçons do antigo bar.

Depois de terminar minha bebida, subi a escada em espiral para jantar, e chegando lá, mais uma surpresa: me deparei com um restaurante com uma vista incrível da cidade. Sente só:

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Para quem não quer só se embebedar e comer o delicioso cardápio feito por Atala, mas quer também requebrar os quadris, de quarta-feira aos sábados a programação da casa conta com muito jazz e MPB. Em pouco tempo de existência, já passou pelo novo Riviera nomes como “Mustache e os Apaches” e “Tarântulas e Tarantinos”.

É puro amor ou não é? Riviera e seus coqueiros: bem-vindos de volta ao seu posto de ícone da boemia paulistana. Nos vemos lá, curiosos!

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Foto de capa: Facebook Bar Riviera / Fotos da matéria: Fernanda Miranda

Fernanda Miranda

Recém-formada em jornalismo e editora do Não Só o Gato. Ama história em quadrinhos, os textos da jornalista Eliane Brum, as trilhas sonoras dos filmes do Woody Allen e azeitonas.

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