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A primeira Feira Literária de Paranapiacaba

por Adolfo Caboclo, 10 de setembro de 2014
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Toda prefeitura “espertinha” sabe que para fazer a sua cidade ter dias de glória, elaborar um grande evento é sempre uma ótima opção. Talvez partindo dessa premissa a prefeitura de Santo André resolveu turbinar, nessa última semana, dos dias 4 a 7 de setembro, a charmosa Paranapiacaba com a sua primeira feira literária e assim conseguir atrair alguns turistas e leitores a mais, dos quais eu me incluo.

Para quem não conhece Paranapiacaba, trata-se de um distrito da cidade de Santo André que fica bem pertinho da capital paulista, cerca de 40 minutos de carro. Por lá, em 1867, ingleses inauguraram uma linha férrea que hoje, infelizmente, está caindo aos pedaços. Se por um lado os trens não prosperaram do ponto de vista funcional, suas “ruínas” fizeram a cidade virar um destino bem bacana para turistas e, principalmente, fotógrafos.

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Por se tratar de um lugar bem datado, com carinha de 1800, o que não falta por lá são objetivas focando detalhes. Por mais que o meu intuito do final de semana fosse ir à Feira Literária, não teve jeito: acabei me entretendo mais com o meu Instagram e com os cafés de Paranapiacaba. A compra dos livros ficou por conta da minha namorada.

Fato é que o festival foi muito bem emoldurado pela beleza da cidade em si — lugar encantador, muita madeira envelhecida, ferrugem, cachorros e um verde imponente. Cheguei lá de carro e quando saí dele, meu primeiro respirar foi absolutamente delicioso. Senti um ar tão puro e temperado com cheiro de mato, que tudo acabou sendo um grande carinho para meus pulmões.

Na tarde que estive lá vi algumas bandinhas. Uma de rock na porta do galpão onde estavam as editoras e escritores participantes do evento, e outra cantando músicas infantis para uma criançada que brincava no parque. Ambas com propostas muito simpáticas.

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Na hora de ver os expositores, fiquei muito feliz em encontrar o Daniel Fuentes, presidente do Instituto Hilda Hilst, que já entrevistamos por aqui. A poeta e escritora Hilda Hilst foi a grande homenageada desta edição. Também foi bacana ver alguns nomes de autores que eu desconhecia e, como o fruto de toda experiência curiosa acaba sendo, acabei expandindo um pouco meu repertório, assim como todos os outros frequentadores da feira.

Além da feira, a programação também contou com oficinas culturais, contação de história, teatro, música, intervenção na rua, debates, saraus, lançamentos de livros e exposições.

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No final das contas, tudo acabou em uma boa leitura no caminho de volta para casa, seguido de um cochilo, isso porque esqueci comentar da cachaça de cambuci, bebida tradicional de Paranapiacaba que, por motivos de imersão, acabei degustando. Essa fórmula de viagem de carro, livro e cambuci só poderia resultar em um cochilo na volta do passeio mesmo.
foto 2foto 4foto 4foto 2Fotos por Adolfo Martins

Adolfo Caboclo

Artista e pugilista. @adolfinhocaboclo

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